O Garoto do Cachecol Vermelho
Autora: Ana Beatriz Brandão
Editora: Verus
Gênero: Romance / Literatura Nacional
Páginas: 294
Sinopse: Skoob
Olá, tudo bem com você?
Melissa é nossa protagonista, quem narra a história em primeira pessoa, confesso que logo nas primeiras páginas dá vontade de socar a cara dessa menina, ela é super irresponsável, trata as pessoas que nem lixo.
Ela conhece Daniel o garoto do cachecol vermelho em plena Avenida Paulista na noite de Ano Novo, e ele estava fazendo grafite e só porque ela não gostou muito dele ou pelo contrário deve ter gostado mas não admitiu, derruba uma lata de tinta em todo o desenho que Daniel estava fazendo e vai embora como se nada tivesse acontecido.
Quando ela vai para faculdade ela dá de cara com Daniel que de troco resolve inscrever Melissa no programa de trote solidário da faculdade, e Daniel a leva para um hospital com crianças doentes e claro Melissa fica doida da vida e morrendo de medo de pegar alguma doença, porque a humildade passou longe dela.
O que parece raiva e ódio entre Melissa e Daniel acaba virando uma atração bem forte e os dois acabam de aproximando, Daniel é o único que tenta entender porque Melissa tem esse jeito rude de tratar as pessoas e ele resolve tentar saber o porque e acaba fazendo um acordo com Melissa.
A leitura flui bem fácil, é bem gostosa de ler, tem muitos acontecimentos pesados que Melissa acaba passando, mas acho que a autora deu pouca importância, pode até ser que o comportamento de pessoas que passam por um trauma de violência seja até parecido mas achei bem pequena a importância real da violência.
Melissa começa a se abrir mais para Daniel e acaba falando como foi sua vida,que ela não tem um relacionamento muito bom com sua mãe, que quase não tem amigos, mas seu maior sonho é ser bailarina profissional.
E do outro lado Daniel tem um pai que sofre de ELA (Esclerose lateral amiotrófica) o mesmo problema do famoso Stephen Hawking que teve o filme A Teoria de Tudo.
Essa informação Daniel esconde para Melissa porque sabe do jeito dela e quanto ela é preconceituosa com outras doenças.
Daniel faz diversos trabalhos voluntários, ajuda nas atividades de inclusão da faculdade, é músico, tem bastante referência musical nas páginas.
A história é bem tocante em alguns momentos, Melissa vai precisar aprender a crescer de qualquer maneira e vai precisar decidir se vai em busca do seu maior sonho que é o balé ou viver um grande amor da sua vida seja ele quem for e tendo a aparência ou problema de saúde que for.
Página 217
O amor pode machucar mais que qualquer coisa, e pode matar de dentro para fora tão rápido quanto um tiro de um revólver.
Gostei muito da escrita da autora e é um livro bem tocante que emociona muito nas últimas páginas.
Página 208
- É compreensível que que todos vocês pensem que eu vou falar sobre como me senti quando meu pai foi diagnosticado, ou como foram difíceis os anos em que grandes mudanças, como a vinda da cadeira de rodas e do aparelho, usado para ele falar, aconteciam - começou, com a voz rouca e falhada.Mas eu não vou falar disso, porque não era a doença que definia quem o meu pai foi ou deixou de ser. Não era um rótulo ou um limite imposto pela ELA que fazia dele quem era, mas todas as coisas incríveis que ele fez. Toda a bondade, todas as piadas, toda a coragem e todo o amor. - Ela fez uma pausa - Era isso que o definia , e é isso que nunca mais vai se repetir, em pessoa nenhuma, em todo o universo. Porque ninguém nunca vai dizer as mesmas palavras da mesma forma, e ninguém vai conseguir preencher o buraco que ele deixou no nosso coração. - Balançou a cabeça, e um quase sorriso surgiu em meio as lágrimas. - Porque assim é a morte , não é mesmo? Ela é imprevisível e cruel, e levam embora não só as pessoas que amamos, mas todos os sentimentos bons e ruins que aquela pessoa nutria por nós, deixando apenas o vazio irreparável no lugar. Mas, se tem uma coisa que eu realmente quero dizer, e que diria pra ele agora se ainda pudesse, é "perdão". Perdão por todos os "eu te amo" que deixei de dizer, e por todas as vezes que deixei de abraça-lo e de agradecer por me apoiar em cada idiotice que eu decidia fazer. Perdão por não ter compartilhado da sua dor e do seu sofrimento a cada vez que eu pude. E perdão por não poder acompanha-lo nessa nova jornada, que você vai traçar sozinho. - Helena fechou os olhos, se apoiando no púlpito, como se não tivesse mais forças para se manter em pé. - Nada é eterno, era o que você costumava falar, mas eu sinto dizer que estava errado, papai. O amor que temos por você, e o vazio que deixou no nosso coração, é.Tenho tanta certeza disso quanto sei que ainda vamos nos reencontrar, e que vou poder te dizer tudo isso pessoalmente.
A surpresa maior foi que a autora é super jovem tem apenas 17 anos, deu parte da venda do livro para a associação de ELA aqui no Brasil.
Muito feliz com a leitura, se fosse você daria uma chance.
Beijos
Até mais!
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