Resenha - Carta a Rainha Louca

Carta À Rainha Louca 

  Autora: Maria Valéria Rezende
Editora: Alfaguara
Gênero: Ficção Histórica
 Páginas:144
Sinopse: Skoob

Avaliação:
 

Olá, tudo bem com você? 

Confesso que este livro em alguns momentos me confundiu um pouco porque pensei logo de cara que quem escrevia a carta era a Rainha a Louca, mas não, quem escreve a carta é Isabel das Santas Virgens ela que escreve a carta para a Rainha Louca. 

Aos poucos vamos percebendo que ela tem sede de contar tudo o que lhe aconteceu então o começo do livro é em 1789, a segunda parte é em 1790, a terceira parte é em 1791,  e a quarta parte em 1792

Isabel é bem a frente de seu tempo apesar de ser praticamente uma orfã pois perdeu sua mãe bem cedo e seu pai saiu e nunca mais voltou ela foi criada como acompanhante de Blandina uma moça rica que tinha de tudo.

Isabel aprendeu a ler e falar outras línguas devido sempre a acompanhar Blandina desde pequena, ao se tornarem adolescentes Blandina se apaixona por Diogo Lourenço e Isabel tenta alertar que ele não presta que apenas ilude as mulheres mas quem manda nos sentimentos não é mesmo?

Blandina fica completamente alucinada por Diogo e acaba engravidando dele, seu pai morto de vergonha da o filho para alguém cuidar e a manda presa em um convento.

Isabel foge e vai tentar salvar sua amiga que considera irmã porém para viver ela precisa se vestir de homem porque no anos de 1700 mulher só servia para servir os homens e esse pensamento nunca passou pela cabeça de Isabel.

Isabel tenta escrever poemas e repassar os pensamentos dos homens no papel e acaba ganhando muito dinheiro com isso mas infelizmente é pega sendo descoberta ser uma mulher. 

Página 116
Tão bem acostumara em ser Joaquim que me descuidei de meu corpo feminino, dos efeitos que sobre ele tem a Lua e, já às portas da vila de Sabará, traiu-me a natureza: ao saltar da montaria para apresentar aos oficiais de guarda minha perfeitamente falsificada certidão de batismo, viu-se um jorro de sangue manchar e escorrer pelo couro da sela e por entre as pernas de meu calção que já fora branco. Agarraram-me  todos, por bem ou por mal, não sei, despiram-se das botas e do calção, não pude esconder quem sou e as vestes arrancadas me tomaram Vossos homens.Todo o resto do que era meu, a mula, o embornal, meus instrumentos de trabalho e a pecúnia que eu com eles ganhara, já não me pertencia, já nada tinha a perder, senão uma vaga esperança de encontrar meu Pai, e bem sabia a pouca liberdade exterior de que gozara até então extinguia-se para sempre, quiçá como a minha própria vida. Tinha eu. então, não mais de vinte e dois anos de idade e já via findar-se minha vida, sem saber sequer se meu Pai ainda vivia.

Isabel também se sentia apaixonada e encantada por Diogo Lourenço, porém ela não se deixa abater pela tristeza e nem seus sentimentos tomarem conta, ela segue em frente lutando pelo que acredita, após ser presa em um convento por ter se fingido de homem ela consegue ser solta novamente e acaba saindo da Bahia e indo para  Minas Gerais e aos poucos vai ajudando pessoas que na mesma situação que ela se encontrava, Isabel acaba dando abrigo a mulheres com filhos, abandonadas, sem pais e vai criando uma comunidade, mas mesmo fazendo isso se apega muito a Deus e naquela época a igreja tinha muito poder pelas pessoas. 

Ela se apega a Santa Isabel e até acham que ela pode ser uma santa, mas como tudo na vida dela foi difícil os padres acham a atividade dela ilegal e ela é presa novamente e é dentro do convento que ela escreve essas cartas. 

Um livro super atual que ainda mostra a fraqueza das mulheres que vem de tanto tempo, gostei muito da leitura e serve até como uma parte da história real apesar de ser uma ficção!

Não sei se é um livro que agrada a todos mas com certeza é uma leitura muito agradável!

Beijos 

Até mais!

Um comentário :

  1. Não é o tipo de leitura que estou acostumada a fazer, mas acho importante que a gente saia da caixa por um tempo e conheça gêneros diferentes. Fiquei interessada. Beijos.

    Adormecidas

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