Resenha - Nos Cumes do Desespero

Autor: Emil Cioran
Editora: Hedra
Categoria: Filosofia 

Sinopse:

Nos cumes do desespero foi escrito em romeno em 1933, quando o autor contava 22 anos de idade, sendo o primeiro livro do filósofo Emil Cioran. Explosão de angústia e lirismo, esta obra não tinha outra pretensão que não a de expressar de forma brutal e avassaladora a dor de existir. Laureada com o prêmio dos jovens escritos romenos, a obra também é fruto de suas leituras de Nietzsche, Schopenhauer, Bergson, Pascal e Dostoiévski. Mas para além das leituras e influências eruditas, Nos cumes do desespero é resultado sobretudo de sua experiência com a insônia, a vigília ininterrupta, esse “nada sem trégua”. Com a insônia, essa “lucidez vertiginosa que poderia converter o paraíso num centro de tortura”, Cioran postulou a inutilidade da filosofia e desde então passou a viver à margem das universidades, encontrando consolo no poder trêmulo das palavras. Inicialmente, o autor pretendia publicar essa obra como um testamento de um suicida, mas quando ela foi lançada em 1934 Cioran descobriu o alívio da palavra desencantada e desde então desenvolveu a arte da fórmula paradoxal e da máxima assombrosa e inesquecível, sem a qual, segundo o próprio autor, teria posto um fim aos seus dias. Obra inédita em português, em tradução direta do romeno e com apresentação de José Thomaz Brum.


Olá , tudo bem com vocês ?

Hoje venho trazer uma resenha diferente, esse livro foi o primeiro com o tema de filosofia que eu li e achei sensacional, por isso vim aqui trazer a resenha dele para vocês. Acho interessante abrir um leque de novas opções de leitura, isso agrega meu valor e me faz pensar que outras pessoas vivendo em épocas diferentes já teve o mesmo tipo pensamento que o meu. 

O livro é baseado em fatos reais e foi escrito pelo filósofo Emil Cioran. Esses relatos que estão no livro eram pensamentos que o filósofo escrevia quando sofria de insônia e através desses relatos, foi o que evitou o mesmo a cometer um suicídio, o livro foi lançado em 1934 e até hoje é muito elogiado, apesar da data de lançamento do livro ser antiga e existirem algumas palavras e ter uma maneira de escrita bem diferente dos tempos atuais,  parando para pensar e observando o que ele diz, percebi que  muitas pessoas vivem o mesmo que ele hoje em dia o que faz tornar o livro bem atual e com algumas explicações plausíveis.

Emil deve ter sofrido muito em suas noites de insônia, para muitos ele pode ter sido considerado um louco, mas muitos pensamentos que o mesmo tinha se refere a pessoas que sofrem de solidão ou tristeza profunda como a depressão e que até hoje todos tentam entender e não conseguem.

Ele questiona o que Jesus fez por nós e acha que não é feliz, pois além de sofrer por ele sofre por todos, não consegue entender toda a miséria que existe no mundo.

Página 50
"Se alguém se sacrificou para que eu fosse feliz agora, sou então mais infeliz que ele. Há momentos em que eu me sinto responsável por toda a miséria da história, em que não compreendo porque alguém derramou sangue por nós". 

Com esse livro consegui definir o estado de tristeza, que é quando temos um motivo para estrar tristes e também saber o que é melancolia , que é estar triste e não ter um motivo para isso, muito parecido com o a angustia e depressão.

Página 55 
"Sei porque estou triste, mas não sei porque estou melancólico. Os estados melancólicos duram bastante, sem atingir uma intensidade particular".

E ai vem o pensamento que todos nós já fizemos pelos menos um dia na vida, e quem ainda não fez um dia com certeza vai fazer, que seria o motivo principal de nossa existência o porque temos que trabalhar e seguir uma vida de regras nos privando de muitos momentos agradáveis ao lado de quem amamos para seguir regras trabalhando, por exemplo. 



Página 65 
"Como eu gostaria que todas as pessoas que têm ocupações ou missões, casadas ou não, jovens e velhas, homens e mulheres, sérias ou superficiais, tristes ou alegres, saíssem um dia de suas casas e escritórios e, renunciando a todo tipo de deveres e obrigações, tomassem as ruas e não quisessem fazer mais nada. Toda essa gente embrutecida, que trabalha para as gerações futuras movida pelo impulso da mais sinistra ilusão, viveria em semelhantes momentos capitais de vingança por toda mediocridade de uma vida nula e estéril, por todo o desperdício de energia que nada emprestou da excelência das grandes transfigurações. Como eu me deliciaria com os momentos em que ninguém mais necessitasse da ilusão dos ideais, em que toda satisfação imediata da vida e toda resignação ilusória se tornariam impossíveis, em que todos os limites da vida normal rebentariam definitivamente!".

Isso me fez lembrar essas manifestações que vem ocorrendo em todo o Brasil, de uma certa forma uma parte da população realizou o sonho de Emil , rsrs muitos acordaram para algumas situações e levantaram a bandeira de "Ei estou aqui e não concordo com isso!". 

Ele questiona muito a questão de ser feliz, acho que no fundo ele não chegou a conhecer essa felicidade de viver, que muitos de nós somos privilegiados mas nem sempre nos damos conta.

Pagina 87
"Vocês nos propõem a alegria: mas como recebê-la de fora? Pois, se ela não crescer a partir de nós, se não brotar das reservas e do nosso próprio ritmo interno, qualquer intervenção exterior será estéril. 
É tão fácil recomendar alegria a quem não pode se alegrar! E como nos alegramos se a cada momento somos torturados pela obsessão da loucura? Será que quem recomenda  a alegria com excessiva facilidade percebe  o que significa temer a loucura iminente, o que significa ser torturado a cada instante pelo pressentimento de uma terrível loucura? Como nos alegrarmos se sentimos que vamos enlouquecer?".

Não sei vocês, mas esse trecho acima do livro me fez parar para pensar em quando vejo uma pessoa triste acaba sendo meio que automático falar que ela precisa ver o lado bom das coisas, tudo bem até concordo que tudo tenha um lado positivo e negativo mas acho importante respeitar o momento de cada um, até porque não sabemos que tipo de sentimento podemos estar interferindo a pessoa que não vê alegria em nada esta sentindo, e saber respeitar isso é importante para a pessoa que sofre de depressão ou esta tendo sintomas assim conseguir se sentir melhor e não um patinho fora da lagoa, enfim é um livro que muitas passagens me fez refletir sobre muitas questões da vida.

Um livro diferente, que fez parar para pensar em muitas questões existenciais o que normalmente não costumo parar para pensar e um coisa que me fez dar um valor enorme agradecer meu sono. É super comum, todo mundo dorme, porém esse filósofo não conseguia dormir, imagine tudo que ele não passou e os tormentos que sentiu sem poder dormir porque o sono não vinha ? De fato é para qualquer um ficar doidinho!


Página 103 
"A insônia, por outro lado, gera uma sensação de agonia, uma tristeza eterna e irremediável, um desespero absoluto.
Os loucos sofrem muito de insônia , daí as terríveis depressões em que vivem, o desgosto pela vida e a tendência ao suicídio. É impossível amar a vida quando não se pode dormir".

Espero que tenham gostado da resenha e caso não se interessem pelo livro pelo menos agradeçam que consigam dormir, isso é um privilégio e podemos nos considerar abençoados  por esse bem.

Beijos 

Até mais.. 

Andressa 

15 comentários :

  1. Ei meninas, tudo bem?

    confesso que livros com uma pegada de filosofia não fazem nadinha o meu estilo. Com certeza esse não é um livro que eu leria. =( Mas gostei da resenha e fico feliz que vc tenha gostado do livro.

    beijos
    Kel
    porumaboaleitura.blogspot.com.br

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  2. Meninas, tudo bem
    Adorei a resenha Andressa, principalmente a forma como você captou e passou a mensagem do livro, porque eu já li alguns livros filosóficos e sei que a interpretação deles é mai difícil do que tudo! rs
    Acho que esse é um livro que gostaria de ler, que fala sobre tristeza e alegria, comodismo e reação. Super legal essa parte onde você contrapõe o que está no livro com as manifistações atuais.
    bjus
    http://meumundinhoficticio.blogspot.com.br/

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  3. Hey, Andressa!
    Eu gosto muito de filosofia e tenho alguns livros nesse estilo mais reflexivo, entretanto não conhecia "Nos cumes do desespero". Fico imaginado como ele sofreu, coitadinho, eu amo dormir e não consigo me imaginar ficando vários dias sem comseguir ter algumas horas de sono.

    Letras & Versos

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  4. Olha fico impressionada com a resenha que vocês fazem, pois eu fico na verdade de boca aberta e quero um dia poder escrever assim sabia? Porque chama muita atenção, querendo ou não.
    Mas vamos ao que interessa...

    Sabe, eu lendo essa resenha me lembrou do livro O MUNDO DE SOFIA, mas lógicamente não deve ter nada haver, mas também tem filosofia e eu sinceramente não gostei do livro por causa disso, pois achei cansativo. E o final me decepcionou bastante. Seilá...uma estória diferente que eu nunca tinha visto, mas seila, não sei se esse livro no caso me agradaria, porque gosto de livros que me prendem e que a narrativa flua sabem ? Então acho que não é ideal pra mim.
    Mas eu adorei a resenha. Ficou muito boa. =]


    Outra coisa, queria te agradecer por ter passado em meu blog e ter deixado sua marquinha viu ?!
    Depois passa lá de novo, pois estou falando de um livro que estou lendo. é muito bom. Acho que vc vai gostar.

    bjokas

    lovereadmybooks.blogspot.com.br

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  5. Nossa, fiquei impressionada com o poder desse livro, eu não conhecia e já fiquei mais que curiosa!
    Adorei a resenha.

    Beijos :)
    http://clicandolivros.blogspot.com.br/

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  6. Hmm... esse livro não despertou o meu interesse, mas gostei da resenha. Parabéns! ;)

    Beijokas da Mylloka
    Blog da Mylloka

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  7. Oieee
    Ahh sou muitíssimo suspeita pra falar desse livro, pois amo essa série <3
    AMO O Patch <3
    Sua resenha ficou ótima!!
    Espero que goste dos próximos livros e coloque aqui pra gente sua opinião =)
    Beijoos
    Garota Liber
    http://garotaliber.blogspot.com

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  8. 1° Nunca tinha ouvido falar desse livro e 2° me interessei demais por ele. Nossa, você coloca um encanto no que escreve que eu minhasuito bonito! Quero ler esse livro e tirar minhas próprias conclusões. E também, vim te avisar que tem um selo pra ti em meu blog: http://marcaprovisoria.blogspot.com.br/2013/07/meme-10-books.html
    Beijinhos. :*

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  9. Bom dia!
    Não conhecia esse livro e achei o conteúdo muito interessante, mas acho que não estou preparada para ler um livro assim t.t

    Beijos
    www.procurei-em-sonhos.com

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  10. Oi!
    Não conhecia o livro, mas gostei da sua resenha.
    O livro não faz muito meu gênero, mas acho que o leria.

    BjO
    http://the-sook.blogspot.com.br/

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  11. Oi, está aí um livro que eu não conhecia, mas suas plavras na resenha despertaram meu interesse. Gostaria muito de ter a oportunidade de ler.
    Beijinhos e muito sucesso aqui!
    http://marlicarmenescritora.blogspot.com.br/

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  12. Gostei da resenha do livro, não tive a oportunidade de ter acesso a gêneros assim, e é sempre bom, conhecermos esses títulos!!!
    Muito bom!
    Livros, a Janela da Imaginação

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  13. Olá! Tudo bem?
    Que coisa mais linda de blog *-* Sério, amei esse layout!
    Gostei da forma que criticou também! E fiquei muito interessada no livro, mesmo tendo lido quase nada do gênero (O Dia do Curinga conta?). Só fica de olho nos errinhos de ortografia, como o "está" sem acento.
    Abraço!
    @moniqueQuimbely
    sete-viidas.blogspot.com

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  14. Comecei a ler o Cioran a pouco tempo. No entanto, penso que você fez uma analise digamos que "inocente" da obra do filósofo romeno como por exemplo a comparação da citação da página 65 acerca do renúncio dá humanidade á suas ocupações, crenças, deveres, etc. Pois para o romeno, tudo isso não faz sentido algum! Há uma forte crítica acerca do mundo do trabalho, diante do suposto "cidadão-modelo" que devemos encarar como exemplo, modalidade de vida a ser seguida. O que cioran, está querendo dizer neste fragmento, assim como Freud elucida em sua importante obra "O mal-estar na civilização" é que trocamos uma suposta liberdade, em troca de segurança, e uma vida com medida, e por isso nos tornamos mais angustiados, neuróticos e tristes. A civilização, as crenças, as leis, de certa forma nos castram. E no fim de tudo, o filósofo romeno nos indica que: "O Homem é um animal infeliz, abandonado no mundo, condenado a encontrar uma modalidade própria da vida, inédita na natureza. Sua suposta lirdade o faz sofrer mais que qualquer forma de cativeiro existente na natureza". (pag.83) Em suma, pensamos ser criaturas, modernas, recheadas de dispositivos tecnológicos, onde pensamos estar acima das outras espécies e manifestações de vida. Triste erro! Pois estes conseguem se manifestarem com maior vivacidade que nós. Para Cioran, a existência não é pra ser levada a sério, ainda mais a dele, que em relatos históricos, sua mãe lhe relatou que se soubesse que era tão melancólico e triste, teria lhe abortado. Considero esta obra, visceral, profunda e gangrenosa pois Cioran através de sua escrita, de seus relatos e reflexões consegue tocar no mais íntimo daqueles que querem se aprofundar em temas que permeiam, a existência, o tormento, o desespero e a dor que é estar no mundo e se auto-reconhecer como mais manifestação de vida, apenas e só mais uma.

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    1. O livro desperta diversas visões para cada pessoa que resolve ler, eu tirei meu ponto de vista do que achei e tentei passar da melhor maneira possível mesmo que de forma "inocente", tentei analisar o livro na minha vida de hoje e não na vida do autor.
      Mas que bom que também despertou coisas boas e você pode aproveitar a leitura.

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